28 abril, 2006

O RETORNO

O RETORNO
Por Moacir Moura

Quebra de desempenho e dificuldades em atingir metas ocorrem porque os executivos são ofensivos em situações nas quais deveriam procurar estimular a correção de um comportamento. Por outro lado, funcionários não costumam prestar atenção nas críticas e adotam um comportamento defensivo.

No livro “Preciso Saber se Estou Indo Bem”, editado pela Sextante, o consultor norte-americano Richard Williams estabelece dez dimensões antes de apresentar um feedback, cujo significado é retorno, reconhecimento, reforço ou realimentação. (Gazeta Mercantil 9.01.2006).

Elabore um plano. Refletir sobre o que deve dizer e oferecer exemplos objetivos. Abordagem especifica. Saber o que de fato aconteceu para apresentar exemplos claros e compreensivos.

Foco em comportamento. O feedback eficaz não lida com personalidades, atitudes ou preconceitos. Concentra-se em comportamentos específicos, analisados e mensurados.

Escolha o local e hora. O retorno deve ser dado com agilidade e em local apropriado. As críticas nunca devem ser feitas em público.
Feedback equilibrado. Deve haver um equilíbrio entre o retorno positivo e corretivo.

Feedback relevante. Expressar uma opinião sem perder a cabeça ou exagerar. É fundamental ser objetivo e permanecer calmo. Técnicas eficientes. Ir direto ao assunto, estabelecer contato visual e focar as questões essenciais.

Estilo eficaz. Criar uma abordagem pessoal. Um estilo eficaz requer algum tempo para ser desenvolvido e inclui a prática de não dar conselhos a menos que a pessoa solicite.

Descrição de sentimentos. Pode ser complicado para quem tem dificuldade de demonstrar o que sente, mas é impactante no momento do feedback. Capacidade de ouvir. Encorajar a pessoa a expressar seu ponto de vista e escutar atentamente o que ela diz.

Atitudes simples e sinceras funcionam. Dar bom-dia a um funcionário, perguntar como foi o fim de semana. O contato visual também é considerado um tipo de retorno, destaca o autor. Se não o fizer dará a impressão de que a pessoa não é importante.

Positivo, corretivo, insignificante ou ofensivo. O positivo, mais fácil, necessita de certa ciência para ser dado corretamente: 1) descrever um comportamento específico; 2) falar sobre as conseqüências desse comportamento; 3) dizer como se sente em relação a ele; 4) explicar por que se sente dessa forma e 5) enumerar o que precisa ser mudado no trabalho.

O feedback corretivo é o mais difícil porque implica em mudança de comportamento. Sem orientação adequada (vale a pena ler o livro), o responsável pela gestão acaba sendo ofensivo. Para evitar isso, Williams recomenda como primeira medida, tentar um feedback positivo. Muitas vezes, apenas essa iniciativa estimula o profissional a melhorar.

Segundo o autor, somos, em geral, rápidos em apontar os erros dos outros e lentos em reconhecer seus acertos. Classifica o feedback como o quarto elemento vital do ser humano, na mesma lista onde contém água, comida e ar.